O brincar precisa ocupar um lugar na prática pedagógica, tendo como espaço, a sala de aula. Muito se pode trabalhar a partir do jogo e da brincadeira. Contar, ouvir histórias, dramatizar, jogar, desenhar entre outras coisas, constituem meios prazerosos de aprendizagem. E é na Educação Infantil que o brincar torna-se um potente veículo de aprendizagem experiencial, já que proporciona, através do lúdico, vivenciar a aprendizagem como processo social. A proposta da ludicidade promove uma alfabetização significativa na prática educacional, incorporando o conhecimento através das características do conhecimento do mundo. Compreender a relevância do brincar possibilita aos educadores intervir de maneira apropriada, não interferindo e descaracterizando o prazer que o lúdico proporciona. Incorporar brincadeiras, jogos e brinquedos na prática pedagógica podem desenvolver diferentes atividades que contribuem para inúmeras aprendizagens e ampliação da rede de significados construtivos tanto para crianças como para os jovens.
Sendo assim, o educador tem fundamental importância neste processo, pois educar não se limita em transmitir informações ou mostrar um caminho, mas auxiliar a criança a tomar consciência de si mesma, e da sociedade em que está inserida, oferecendo ferramentas para poder escolher o caminho compatível com seus valores, sua visão de mundo e com as situações adversas que cada uma poderá encontrar.
O professor não deve estabelecer os elementos a serem ensinados sem antes conhecer bem cada aluno, para poder atentar para os potenciais que ele expressa, além de detectar quais são as diferenças que caracterizam cada um deles. Ao compreender o comportamento de seus alunos, ele conseguirá identificar suas facilidades e dificuldades de aprendizagem. Com isso, será possível encontrar as rotas de acesso e abrir caminhos que possam conduzir o aluno a aprimorar suas capacidades, até mesmo aquelas camufladas pelas dificuldades.
Segundo Gardener (1999, p.220), “[…] os educadores precisam levar em conta as diferenças entre as mentes de estudantes e, tanto quando possível, moldar uma educação que possa atingir a infinita variedade de estudos”.
Se o professor identificar os potenciais que as crianças expressa nos momentos de exploração de movimentos, conseguirá traçar um meio mais fácil para ela aprender, e é por esse caminho que deverá ensinar.
O Lúdico e o desenvolvimento infantil.
Encontrar meios que se traduzam em conhecimento eficaz para a vida dos alunos é essencial para um profissional preocupado com o desenvolvimento adequado às necessidades deles, e, por essa razão, desenhar métodos que possam estimular a participação de todos é tão importante como desvelar o nível de compreensão do que foi ensinado. E esse aspecto depende em grande parte da atuação desse professor frente aos seus alunos (Veccchi; Nista-Piccolo, 2006, p.150).
Ensinar uma criança a executar determinado movimento implica partir do que já sabe, descobrir o que ela faz com mais facilidades, perceber seu nível de motivação para aquela tarefa, desenvolver a proposta em forma de situação-problema num ambiente favorável à sua estimulação e identificar os meios facilitadores de sua aprendizagem.
Ensinar movimentos na Educação Infantil é ampliar as possibilidades de as crianças explorarem seus potenciais de habilidades, lembrando sempre que nem todos os alunos aprendem da mesma forma. Não há uma regra única para se ensinar, mas é importante ressaltar como recomendação que o professor deve criar diferentes maneiras para ensinar o mesmo conteúdo, mudando sempre as rotas de ensino para que todas as crianças consigam compreender o que está sendo ensinado, atribuindo significado àquilo que aprende e não apenas repetindo um movimento de forma adestrada. “O desafio pedagógico com o qual o professor se depara é exatamente descobrir, qual o ponto de entrada mais promissor para seus alunos chegarem a determinada compreensão” (Nista-Piccolo, 2009, p.33).
Quando o professor propõe uma atividade desafiante à capacidade do seu aluno, ou seja, uma atividade dada em forma de situação-problema, permeada pela ludicidade, com certeza ele será estimulado a buscar sua superação, pois demostra maior interesse em participar toda vez que seu potencial é desafiado.
Como o professor pode proporcionar ludicidade em suas aulas?
Um professor criativo é aquele que busca variar seus encontros com as crianças, proporcionando sempre situações diferenciadas para elas vivenciarem. Variando o ambiente, os matérias, as músicas, os ritmos, as indumentárias e as combinações tanto de movimentos como de aparelhos. Além disso, propondo atividades a que as crianças possam atribuir significado, ou seja, atividades a que as crianças possam atribuir significado, ou seja, atividades vinculadas ao mundo-vida de seus alunos.
Um mesmo tema de aula pode ser experimentado por diferentes caminhos, podemos se analisado, discutido, narrado, desenhado, explicado, representado e outras formas que o professor encontrar, permitindo que a criança vivencie o conhecimento por meio de várias manifestações de suas expressões.
Portanto, independentemente das exigências de titulação que novas leis possam determinar aos professores, dos estímulos de uma formação continuada que o governo possa oferecer a eles, o mais importante é que eles reconheçam a relevâncias que suas ações docentes podem exercer no futuro deles.
Além da tomada de consciência sobre a eficiência diante dos desafios da docência, é consenso entre todos atuam nas escolas que os professores são os protagonistas de uma educação melhor. Não basta superarem seus obstáculos, é preciso ser mais criativos em suas propostas e ter um novo olhar aos seus alunos, enxergando-os em suas possibilidades e não em suas limitações.